Com o emprego do milho após o plantio de soja e as melhorias geradas para o grão, a segunda safra de milho passou a ser a mais produtiva após 2011/12
A segunda safra de milho, hoje, carrega consigo o título de maior produção e representa 76,7% do total produzido do grão no país.
Mas nem sempre foi assim. Até a virada, na safra 2011/12, a segunda safra representava, na média de 2002/03, quando a produtividade era equiparada à produção de 1ª safra, até 2010/11, 30,2%.
Dessa forma, não cabia mais o título de “safrinha” para o que passava a ser a principal safra de grãos para o Brasil.
Figura 1. Produção brasileira, em toneladas, de milho.A segunda safra de milho é caracterizada pela rotação de culturas, normalmente semeada após o cultivo da soja no verão, leguminosa que traz benefícios ao solo devido à fixação biológica de nitrogênio (FBN) e à menor necessidade de fertilizantes.
Isso, somado ao desenvolvimento genético de cultivares mais resistentes e um melhor entendimento de condições climáticas, além da expansão de áreas para o Centro-Oeste brasileiro, a antiga “nova fronteira agrícola”, levou a esse incremento produtivo da chamada “safrinha”.
Conhecendo um pouco mais sobre o histórico da safra, é possível tracejar os principais aspectos a serem observados para não errar ao produzir nessa importante janela produtiva.
Pontos de atenção para a produção de milho de segunda safra
O primeiro ponto vem de antes do período de semeadura do milho, relacionado ainda à fase de colheita da cultura anterior.
Cada cultura apresenta um risco climático associado à sua região de implantação e janelas de semeadura são preconizadas no Brasil, definidas pelo ZARC – Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Atrasos na colheita da safra de verão impactam a janela de semeadura da segunda safra.
Até 4/3/2023, a colheita da soja, cultura que normalmente antecede à segunda safra de milho, está em 52,5%, 8,6 pontos percentuais abaixo do ritmo de colheita na safra passada.
Como a implantação da cultura do milho na segunda safra está ligada ao ritmo de colheita da soja, a semeadura na segunda safra brasileira também está atrasada. Até o momento (4/3/2023), 63,6% da safra foi implantada, 11,2 pontos percentuais abaixo da safra passada.
O atraso, majoritariamente, vem ligado a problemas climáticos, interferindo na produção e em sua melhor janela produtiva.
Após a colheita da cultura anterior, ou mesmo para pegar um solo que estava em pousio, o preparo do solo é essencial. Para manter todos os nutrientes necessários, além da condição física adequada e o melhor desempenho do cultivar de milho escolhido (próximo passo para uma boa produção), saiba mais sobre os cultivares no portfolio Brevant e principais aspectos relacionados à escolha aqui.
O manejo do solo deve atender a uma análise de solo previamente realizada, para repor em seu estoque os nutrientes removidos da colheita anterior. A propriedade física do solo deve permitir a boa germinação, além do importante desenvolvimento radicular da cultura.
A finalização da colheita da cultura anterior já traz o início de manejo de pragas, doenças e até mesmo daninhas, uma vez que as tigueras (restos da cultura) podem atrapalhar no bom andamento da semeadura de milho e em seu desenvolvimento.
É necessária a criação de um plano estruturado de avaliação da presença de pragas, danos na área, avaliação de prejuízos causados, a fim de manter a qualidade de produção e produtividade.
Atrelado a condições climáticas e de solo, resistência de pragas e doenças, e até mesmo ao ciclo da planta (atrelado ao primeiro passo da colheita da cultura anterior), a escolha do cultivar ou híbrido que será empregado na propriedade é essencial.
Cada cultivar tem características específicas, que podem desempenhar melhor com as diferentes condições. Por isso a necessidade de conhecer o histórico da propriedade sobre a pluviometria (estoques de água no solo).
O momento-chave da produção é a colheita. Minimizar erros de ajuste de maquinário é o primeiro passo para o acerto. É preciso conferir os principais pontos de erros que reduzem a produtividade.
A partir disso, as condições climáticas e de umidade de solo também devem ser levadas em consideração, juntamente do aspecto dos grãos. O ponto de colheita e sua umidade são essenciais para evitar perdas por quebra, além da prevenção de problemas fitossanitários no armazenamento.
O armazenamento é um aspecto central, pois as técnicas de pós-colheita da propriedade devem estar afiadas, já que a deterioração dos grãos (baixa qualidade) é penalizada no pagamento final ao produtor.
Equipamentos para ventilação e controle de umidade, entre outros, se fazem essenciais para a boa lucratividade da atividade.