Blog •  12/12/2024

Sorgo brasileiro ganha espaço no mercado internacional e agricultor pode aproveitar a oportunidade

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Especialista explica quais os caminhos e apostas para quem trabalha com essa cultura aprimorar a produção e ampliar seu alcance

 

No dia 22 de novembro deste ano, o agronegócio brasileiro recebeu com animação a notícia de abertura do mercado chinês para o sorgo brasileiro. Tal novidade deve ter impacto na produção nacional e abre muitas oportunidades para os produtores da cultura, uma vez que a China é o maior consumidor mundial de sorgo, liderando tanto em consumo quanto em importações. No mercado internacional, o país domina as compras desse grão, especialmente para uso em ração animal e na produção de bebidas alcoólicas tradicionais.

Segundo dados da Conab, desde a Safra 2020/21, a produção de sorgo no Brasil dobrou, alcançando 4,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24. Esse crescimento reflete o aumento da demanda interna na indústria de ração e o interesse no sorgo como alternativa sustentável para a produção de etanol de sorgo.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Bertolini, explicou recentemente em nota que o sorgo é mais resistente e menos exigente em termos de manejo, o que pode representar uma alternativa viável para os agricultores. Ou seja, é uma cultura que está só começando a mostrar seu verdadeiro potencial.

Conversamos com o especialista em sementes Eder Arakawa, Brand Leader Brevant & Nord Seeds Brasil e Paraguai, e ele explica o que essa abertura de mercado representa para o produtor brasileiro, bem como quais as possibilidades para quem planta sorgo. Confira:

A previsão da Abramilho é de que o Brasil produza 5 milhões de toneladas de sorgo por ano. A abertura do mercado chinês deve incentivar ainda mais o plantio. Esse número tende a crescer? E quais as vantagens de apostar nessa cultura?

Eder Arakawa: Sem dúvida, pois além dessa importação já há um movimento de consumo interno aumentando significativamente para indústria de etanol, por exemplo, ou pela segurança agronômica do sorgo nas propriedades. Há inúmeros benefícios que a cultura traz para a propriedade, como incluir o sorgo na Safrinha, especialmente para quem não cultivava nessa época. Rotacionar o sistema agronômico com sorgo é benéfico para a cadeia do sorgo e também para a do milho, já que é uma baita ferramenta de manejo de uma grande doença: o complexo de enfezamentos transmitidos pela cigarrinha-do-milho. Sabe-se que o plantio de Safrinha de milho sempre tem os riscos climáticos, especialmente nas janelas de fechamento de plantio, então o sorgo pode ser uma alternativa viável do ponto de vista tanto agronômico quanto econômico para o agricultor. E a maior demanda por sorgo, naturalmente, estimula o aumento da área plantada.

Quais as regiões e oportunidades no Brasil para plantio do sorgo?

EA: Além das tradicionais regiões de Goiás e Minas Gerais, na região do “MATOPIBA”, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (que possuem áreas de Cerrado e produzem grãos e fibras) já há indústrias de etanol expandindo suas ações. A Brevant® Sementes sempre liderou esse mercado e aposta em parcerias nesses locais. Temos outras praças em expansão como o Mato Grosso do Sul (onde a marca já é líder em milho) e até no vale europeu de Santa Catarina temos parceiros nos procurando para informações de expansão.

Pela sua observação em campo, qual o potencial dos produtores brasileiros para passarem a investir nessa cultura?

EA: Estamos apostando alto com nossos agricultores, tanto que recentemente expandimos nosso programa de melhoramento de sorgo em diversas regiões do Brasil, visando trazer mais investimentos em genética. Além de milhares de investimentos em capacitação de equipes, o que fazemos todos os anos para apoiar a cultura. Nosso foco continua sendo trazer para o agricultor mais produtividade, com produtos que sejam fáceis de manejar e soluções de biológicos e proteção de sementes. Sem dúvida, esse novo patamar de investimento fará a diferença para o nosso agricultor.

O que o produtor rural precisa adequar para a produção a contento e a exportação de sorgo? Há formalizações que ele precisa para estar apto à exportação, por exemplo?

EA: Neste primeiro momento, não há informações ou orientações diretas, mas evidentemente haverá exigências sanitárias e qualitativas para o grão exportado, então o produtor terá que ser mais exigente na escolha do material e da marca que produz a semente do sorgo plantado. Essa é a principal recomendação no momento e a Brevant® Sementes já está se preparando, seja na qualidade e pureza das sementes que oferece ou na sanidade que nossos materiais proporcionam ao agricultor do plantio à colheita. O intuito é trazer segurança na hora de valorizar o grão para mercados exigentes como os de exportação. Destaco também nosso programa de melhoramento genético, sempre atento a essas exigências. A escolha dos produtos Brevant com certeza ampara o agricultor, pois é a marca que mais liderou esse mercado em toda a história da cultura no Brasil.

A expansão da cultura ainda é tímida no Brasil e, como você reforçou, a Brevant é uma ótima escolha para o produtor. Quais pontos relevantes das sementes podemos destacar, e como elas podem ser bem vistas pelo mercado internacional? Quais os destaques entre os híbridos, seja em adequação e adaptabilidade?

EA: Além da qualidade de semente, do ponto de vista de germinação e vigor, temos a questão da pureza. O produtor precisa de uma empresa que tenha esse compromisso, para não correr o risco de levar sementes de má qualidade e até impurezas genéticas que afetem toda a qualidade da Safra. Em mercados exportadores - como o caso do mercado chinês - essa exigência é sempre acima dos padrões nacionais. Então, o agricultor pode ter certeza que, quando o assunto é sorgo, a Brevant sempre esteve à frente no sentido de levar informação, genética de alto rendimento e qualidade para o campo.

Para não perder essas oportunidades que estão se desenhando, acredito que o agricultor não poderá ‘abrir mão’, nos próximos anos, da genética de alto rendimento. Mesmo que sua área não cresça, é nesse fator que ele vai ganhar o jogo, pois a produtividade fará a diferença quando a oportunidade se concretizar em ofertas de preços mais elevados e mais competição pelo grão produzido por ele.

Qual a importância do acompanhamento técnico de agrônomos para essa escolha e para uma produção de qualidade? No caso do sorgo, qual o padrão de qualidade global exigido?

EA: Como a notícia da abertura da China ainda é bastante recente, neste primeiro momento ainda não há informações ou orientações diretas. Sabemos que um protocolo está sendo desenvolvido pela Abramilho nesse sentido, e deve estar disponível em breve. Mas as trades parceiras da Brevant já nos avisaram que certamente virão definições de padrão e é nisso que saímos na frente, pois somente um banco genético do tamanho da nossa marca será capaz de suprir com agilidade e qualidade, garantindo tecnologia e qualidade. O que já sabemos é que a abertura do mercado chinês representa o fortalecimento da cadeia produtiva, e virão ainda mais investimentos e tecnologias novas. Também podemos prever que a precificação futura seja mais estável, reduzindo riscos. Reforço ao agricultor que a cultura do sorgo está entrando em um patamar de exigência nunca visto anteriormente.

Webserie - A Brevant® Sementes lançou em novembro a websérie Minuto Sorgo, publicada em comemoração ao Dia do Sorgo, 5 de novembro. Todos os vídeos podem ser conferidos aqui e vale maratonar, pois foram diversos pontos abordados na websérie, com a finalidade de orientar o agricultor que investe nessa cultura. Dois exemplos são os episódios sobre o plantio de milho ou sorgo e sobre biocombustível

“Além da abertura de novos mercados internacionais, como o chinês, não vamos esquecer das oportunidades que já estão em andamento com as usinas de etanol, trazendo para o agricultor mais flexibilidade na escolha de parceiros para entregar seu grão produzido. Essa notícia tão importante fará a diferença não só para a valorização do sorgo, mas para a agricultura brasileira, por todos os benefícios que a cultura altamente produtiva e lucrativa traz ao sistema de plantio brasileiro. É um marco importante para o país e para os agricultores que já apostam no sorgo – ou para aqueles que consideram apostar”, finaliza Eder Arakawa.