Blog •  03/12/2024

Safrinha 2025: como superar os desafios climáticos e garantir alta produtividade no cultivo de milho

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Descubra frentes para manter produtividade, mesmo em meio às incertezas da natureza para o ambiente agrícola.

Já é possível ter uma boa ideia de quais são os principais desafios climáticos que os produtores rurais vão enfrentar na Safrinha de 2025, pois muitos deles já estão em pleno andamento no Brasil. Segundo o Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado na última semana de setembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as condições agroclimáticas e de imagens de satélite destacam os efeitos das chuvas, estiagem e queimadas nas diferentes regiões em todo o país.

O panorama climático para a Safra 2024/2025 indica a manutenção da necessidade de monitoramento constante, pois as variações climáticas podem impactar diretamente a produtividade das lavouras brasileiras.

Desafios Climáticos no Milho: Impactos da Seca e Perspectivas para a Safra 2024/2025

Para pensar no futuro é preciso contextualizar o que as lavouras de milho já passaram. A colheita da terceira Safra do milho já foi iniciada e os resultados em três regiões do país mostram os efeitos das condições climáticas enfrentadas. Clima seco acelerando a maturação dos grãos ou perda de potencial produtivo devido a estresse hídrico são algumas das situações na Bahia. Restrição hídrica em Sergipe, e poucas chuvas com altas temperaturas em Pernambuco afetaram a produtividade.  

Ainda segundo o boletim da Conab, o desenvolvimento inicial das lavouras de milho primeira Safra 2024/2025 estão em boas condições nos três estados do Sul. Nas primeiras semanas de setembro, o tempo quente e seco predominou na maior parte do país, com um aumento significativo de queimadas, especialmente no Mato Grosso e no Pará. Mas, em outubro, a chuva apareceu e, embora tenha tido atraso no início do plantio em Mato Grosso e Goiás, agora está chovendo por lá, assim como no Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Minas Gerais. Essa boa perspectiva das chuvas revela que a influência da transição do El Niño para o La Niña não deve ter um efeito climático tão difícil para os produtores e tende a trazer chuvas mais abundantes em janeiro, fevereiro e março de 2025, especialmente no Cerrado. 

Henrique Gonzalez Zanardo, Agrônomo de Campo de Sementes da Corteva Agriscience™, atua em Goiás e destaca que “chuvas irregulares e temperaturas elevadas impactam no desenvolvimento inicial das culturas de verão, podendo afetar a produtividade. A Região Centro-Oeste, por exemplo, esteve sem precipitação por 5 meses e as primeiras chuvas estão chegando um pouco mais tarde do que o normal. Já notamos um pequeno atraso nos plantios irrigados e no sequeiro em alguns estados”. 

Desafios Econômicos na Safra 2024/25

Olhando para o mercado internacional, especificamente a Safra 2024/25 do milho tem a concorrência com os Estados Unidos que colhe uma safra recorde. Isso torna também a comercialização desafiadora, pois pode impactar os preços das commodities. Será um período para agricultores brasileiros repensarem estratégias tanto na produção quanto na venda. 

As condições climáticas e a exportação serão fundamentais para a definição dos preços. A Safrinha 2025 é projetada para repetir a área plantada de 2024, com a paridade de exportação desempenhando um papel crucial. No Brasil, as previsões são de uma Safra de verão com aumento de 1,66% de área plantada em relação ao ciclo anterior (estimativa de 46,45 milhões de hectares).

Zanardo lembra que, após o término do vazio sanitário da soja na segunda quinzena de setembro, produtores rurais se deparam com atrasos no plantio de soja e milho, principalmente no Cerrado e nas Regiões Norte e Centro-Oeste. A lenta chegada de chuvas na região central brasileira trouxe menor avanço do plantio, principalmente no Mato Grosso. “Buscar o desenvolvimento adequado das lavouras na Safra 2024/25 será determinante. Um clima incerto tornará essa uma Safra difícil, mas há caminhos possíveis e tudo começa no manejo correto”, indica.

Prevenção e Manejo: Impactos das Pragas e do Clima na Safrinha 2025

Estar ciente do cenário não significa desanimar, pelo contrário. O agrônomo orienta os agricultores a identificar as vulnerabilidades e usarem as ferramentas adequadas para driblar as eventuais dificuldades esperadas para a Safrinha/25. 

A instabilidade climática na fase de plantio leva a maior dificuldade na implantação da lavoura, com presença de sintomas como escaldadura nas folhas, maior presença de pragas iniciais que causam danos na fase de estabelecimento da cultura e redução do potencial produtivo da área. Na Safrinha de milho, percevejos são uma das principais preocupações, pois afetam a lavoura desde a fase inicial do cultivo, provocando injúria mecânica (perfuração de tecidos) e injúria química (liberação de substâncias tóxicas à planta), bem como perda de estande inicial, atraso no desenvolvimento das plantas, má-formação de espiga, redução da espessura do colmo do milho e do perfilhamento de plantas. Tudo isso pode impactar diretamente a produtividade da lavoura de milho.

Estratégias para Combater Percevejos na Safrinha

Os percevejos podem atacar a cultura do milho em diferentes estágios, mas costumam ser pragas iniciais cujo principal dano é o retardo no desenvolvimento da planta. “Geralmente, o período crítico de ataque vai da emergência de plântulas até o estádio V5. Mas, na última Safrinha, na região do sudoeste goiano, por exemplo, a presença alta de percevejo atacando a cultura do milho Safrinha evidenciou um problema menos perceptivo ao agricultor: parte de suas lavouras tiveram impacto no desenvolvimento de colmo. Vale ressaltar que, nos estágios iniciais das culturas, monitorei algumas lavouras para entender o quão grave estava o problema dessa praga, e havia várias lavouras plantadas no mês de janeiro com 20 a 30% de plantas atacadas. Encontrei danos de nota 2 a 3 numa escala de notas que vai de 1 a 4. Nessa escala, a nota 2 indica perfuração foliar e leve redução no desenvolvimento de plantas, já a nota 3 indica perfuração foliar e redução mais acentuada no porte de plantas. Os danos são irreversíveis, infelizmente”, conta o especialista.

Exemplo de como pode ser observado o dano no desenvolvimento do colmo. Reprodução imagem material Agronomia Pioneer (Josemar Foresti e José Carlos Madaloz)

Percevejos ocorrem principalmente em regiões quentes e se desenvolvem também no sistema soja-milho. Nesses casos, o ataque dos insetos começa nas vagens da soja e, como o período de entressafra para o milho é curto, eles se abrigam na palhada ou em plantas daninhas hospedeiras e conseguem sobreviver de uma cultura para a outra. Isso inclusive aconteceu no ciclo passado, de acordo com Zanardo, pois o plantio de soja não ocorreu em boas condições e houve também o encurtamento do ciclo da soja em várias lavouras. No sudoeste goiano, ele observou que a redução do potencial produtivo da soja devido ao clima fez os produtores rurais optarem pela redução do investimento de pulverizações em algumas áreas e isso favoreceu o desenvolvimento de pragas.

Sendo assim, o agrônomo ressalta o monitoramento da presença da praga ainda na soja como um forte ponto de atenção aos agricultores, já que os percevejos causam danos econômicos em ambas as culturas (soja e milho). É importante também destacar que a aplicação na fase de dessecação pré-plantio do milho usando inseticida é fundamental. 

Conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há dois tipos de percevejos que ocorrem com maior frequência e provocam mais danos à cultura do milho: o percevejo “barriga-verde”, considerado a praga-chave, e o percevejo-marrom. Isso não significa que outras espécies devem ser ignoradas. Diante dessa diversidade, o agricultor precisa saber identificar e adotar as medidas corretas de controle.

As espécies de percevejo-barriga-verde são do gênero Dichelops, incluindo o Dichelops melacanthus e o Dichelops furcatus. Geralmente, o produtor percebe a presença dessa praga na lavoura somente a partir do desenvolvimento de sintomas e dos primeiros danos causados, que podem ser, segundo Zanardo: perfuração das folhas com bordas amareladas e simétricas; alterações fisiológicas; redução do estande; reação de hipersensibilidade gerando deformações na planta; encharutamento e perfilhamento.

 

Reprodução imagem material Agronomia Pioneer

Soluções Eficazes para Proteger o Milho Safrinha

Neste contexto, um primeiro passo para o milho Safrinha é o uso de sementes certificadas, com o Tratamento de Semente Industrial (TSI) da Corteva Agriscience de alto padrão e qualidade, pois isso aumentará a proteção inicial da lavoura contra essa praga que ataca já no começo do desenvolvimento da cultura.

Os híbridos de milho da Brevant® Sementes são opções adaptadas às necessidades de cada região do país. Só da Brevant são mais de 30 híbridos, todos desenvolvidos com as mais avançadas biotecnologias, que os colocam entre as principais marcas de sementes de milho do Brasil, sendo a que possui o maior banco de germoplasma do mercado.

Controle Químico e Proteção Avançada para o Milho Safrinha

Há um passo a passo de manejo para o agricultor, a partir de produtos para controle químico nas lavouras de milho. Primeiro é importante cuidar do solo, fazendo a dessecação da lavoura com inseticida. O segundo passo é o tratamento de sementes para controle das pragas iniciais na cultura do milho. É importante lembrar que o tratamento de sementes auxilia na proteção do milho durante parte do período crítico de ataque, sendo fundamental o monitoramento da praga e aplicação até o estádio V5 da cultura. 

Uma lavoura produtiva começa com uma semente bem protegida. Neste sentido, a Brevant® Sementes conta com um produto fundamental para combater pragas aéreas como tripes, pulgão, percevejo e cigarrinha-do-milho: o Poncho®. Aliado com Dermacor®, Lumialza e Lumidapt, o Poncho® é essencial para criar uma barreira de proteção abrangente para a semente, oferecendo mais praticidade e tranquilidade para o produtor.

Saiba mais:  https://www.youtube.com/watch?v=qqk_muNV0W0

O agrônomo também indica que, durante o desenvolvimento ou após o estabelecimento da lavoura, o ideal é utilizar inseticidas à base de piretroide + neonicotinoide, com efeito de choque e residual. Esses são os mais utilizados contra percevejos como principal forma de controle. 

Soluções Tecnológicas para um Manejo Mais Eficiente

A adoção de tecnologias digitais, como a aplicação aérea de defensivos por meio de drones, é algo que tem avançado entre os agricultores brasileiros. Saber inovar e se adaptar com rapidez tem sido determinante para os agricultores enfrentarem cenários cada vez mais adversos. Aderir a soluções tecnológicas no manejo agrícola ajuda a ter operações mais eficientes e pode reduzir custos. Investir na conectividade de áreas rurais impulsiona a gestão no campo.