Consórcio milho-braquiária: Manejo eficaz para solo e forragem
Conheça os benefícios do consórcio milho-braquiária, que une lavoura e pecuária para melhorar solo, forragem e produtividade sustentável.
Conheça os benefícios do consórcio milho-braquiária, que une lavoura e pecuária para melhorar solo, forragem e produtividade sustentável.
A intensificação sustentável da agricultura é um desafio central para a produção moderna. No Brasil, o consórcio milho-braquiária tem se destacado como uma estratégia eficaz para integrar lavoura e pecuária e atuar no manejo de solos para o cultivo de soja. Esse sistema gera forragem de alta qualidade para a alimentação animal e forma uma palhada de cobertura vegetal que beneficia o plantio direto da soja. Além disso, contribui para a conservação do solo e para a retenção de umidade, melhorando as condições do solo para as próximas safras.
Os benefícios são amplos e diversificados. Os principais incluem:
Produção de forragem: a braquiária consorciada com o milho proporciona pastagem de alta qualidade após a colheita do grão. Isso beneficia a pecuária com forragem para o período de entressafra.
Cobertura de solo para a soja: a palhada de braquiária desempenha um papel crucial na proteção e no enriquecimento do solo para o cultivo subsequente de soja. Esse material orgânico melhora a estrutura do solo, conserva a umidade e reduz a temperatura do solo. Sendo assim, beneficia o plantio direto.
Melhoria da qualidade do solo: a braquiária, com seu sistema radicular profundo, ajuda a descompactar o solo. Além disso, aumenta a infiltração de água e promove a ciclagem de nutrientes. Por fim, cria condições mais favoráveis para a soja.
Controle de erosão: a cobertura vegetal reduz a exposição do solo às chuvas intensas e ao vento. Isso diminui a perda de solo por erosão, especialmente em áreas com topografia irregular.
A implementação do consórcio milho-braquiária requer atenção a alguns fatores-chave:
O consórcio de milho com Brachiaria brizantha apresenta resultados variados em relação à competição entre as culturas. Estudos indicam que a forrageira, quando bem manejada, geralmente não afeta a produtividade de grãos de milho. No entanto, em alguns casos, a competição intensa pode exigir herbicidas em subdoses para controlar o crescimento da braquiária. O uso de nicosulfuron, por exemplo, permite que o milho se desenvolva adequadamente, sem prejuízos significativos (Cobucci, 2001).
Assim, o sucesso do consórcio está ligado a práticas de manejo que equilibram as necessidades de ambas as culturas e à aplicação de herbicidas para mitigar a competição, possibilitando a obtenção de uma forragem robusta sem sacrificar a produtividade do milho.
O consórcio milho-braquiária oferece benefícios duplos. Primeiro, a braquiária serve como uma excelente fonte de forragem para a pecuária, especialmente no período de entressafra, permitindo maior eficiência no uso da terra. Em segundo lugar, a formação de uma camada densa de palhada no solo facilita o plantio direto de soja, melhorando a conservação da umidade e a estrutura do solo, o que contribui para o aumento da produtividade da oleaginosa. Esse ciclo integrado gera benefícios tanto econômicos quanto ambientais para os produtores.
O consórcio milho-braquiária é uma estratégia eficaz para a Integração Lavoura-Pecuária e para o manejo de solo em sistemas de produção de soja. A técnica proporciona diversas vantagens, como a produção de forragem de alta qualidade e a proteção e enriquecimento do solo para culturas subsequentes. Esses benefícios, combinados com manejo adequado, fazem do consórcio uma prática valiosa. Eles aumentam a sustentabilidade e a resiliência dos sistemas agrícolas, especialmente em regiões tropicais, como o Cerrado. Com o avanço das pesquisas e a popularização, o consórcio milho-braquiária tem grande potencial de adoção, integrando cada vez mais a pecuária e a agricultura no Brasil.
Referências
CECCON, G. (ed.). Consórcio milho-braquiária. Brasília: Embrapa, 2013.
COBUCCI, T. Manejo integrado de plantas daninhas em sistema de plantio direto. In: ZAMBOLIN, L. Manejo integrado fitossanidade: cultivo protegido, pivô central e plantio direto. Viçosa, MG: UFV, p. 583-624.
PORTES, T. de A. et al. Análise do crescimento de uma cultivar de braquiária em cultivo solteiro e consorciado com cereais. Pesq. Agropec. Bras., [S. I.], v. 35, n. 7, p. 1349-1358, 2000.