Como identificar e manejar a mancha-de-bipolaris
Descubra os aspectos biológicos e estratégias eficazes para o controle da mancha-de-bipolaris no milho.
Descubra os aspectos biológicos e estratégias eficazes para o controle da mancha-de-bipolaris no milho.
No Brasil, as condições climáticas para o plantio de milho no verão e no inverno são favoráveis para o aparecimento das doenças, pois há possibilidade da formação do tripé da fitopatologia: hospedeiro, patógeno e ambiente.
São três as doenças inerentes ao cultivo do milho em nosso país: mancha-de-bipolaris (Bipolaris maydis), podridão de diplodia (Stenocarpella macrospora) e ferrugem (Puccinia polysora).
Hoje nós vamos conhecer um pouco sobre a primeira delas, boa leitura!
A mancha-de-bipolaris (Bipolaris maydis) é causada por duas raças de fungo: a raça T, de forma epidêmica e que causou sérios prejuízos até a década de 70; e a raça O, que ocorre nas principais regiões produtoras, aparecendo nas lavouras já na fase vegetativa.
A principal condição favorável para o aparecimento da doença é a temperatura entre 20 °C e 32 °C com alta umidade e períodos de molhamento foliar.
Ela sobrevive e se espalha através de restos de cultura, disseminação por ventos e sementes.
E o seu manejo é feito por meio de resistência genética, rotação de cultura e uso de fungicidas.
Os sintomas da doença se iniciam com pontuações claras, oblongas, as quais evoluem para lesões, como podemos observar nas imagens.
Foto: Viviane Ruela
As estratégias de manejo para esse patógeno compreendem principalmente os seguintes fatores:
Posicionar os híbridos de menor sensibilidade no meio da janela ideal de plantio;
Utilizar estratégias de manejo químico com aplicações até o pré-pendão (três), reduzindo a taxa de progresso da doença;
Utilizar a combinação de híbridos conforme a região;
Respeitar o posicionamento dos híbridos para cada região.
O uso de fungicida, o posicionamento correto dos híbridos e a atenção ao ambiente se tornam a melhor estratégia de manejo das doenças do milho.
Portanto, as intervenções químicas no início do cultivo fazem toda a diferença para o manejo desses patógenos.
Nas últimas Safras, as manchas foliares causaram desafios em quantificar perdas, pois até então a Bipolaris maydis era uma doença de pouca relevância.
Entretanto, nas últimas três Safras, tornou-se a principal fonte das discussões das estratégias de manejo, pois interfere drasticamente na taxa de transmissão de fotoassimilados para os drenos (grãos), reduzindo significativamente a massa e peso específico.
Um protocolo foi elaborado pela Agronomia Seeds para quantificar as perdas, mostrando evidências dos danos causados por uma infecção precoce em híbrido sensível.
Em planta normal, a taxa de transmissão de energia para os grãos da base para o meio da espiga não tem diferença estatística.
O mesmo não se sustenta na espiga doente, havendo redução de 17% a 26%, implicando diretamente em menor peso específico.
BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L. Doenças de plantas tropicais: epidemiologia e controle econômico. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1996. 299p.
FERNANDES, F.T.; OLIVEIRA, E. Principais doenças na cultura do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA/CNPMS, 2000. 80p.
REIS, E.M.; CASA, R.T. Manual de identificação e controle de doenças de milho. Lavras: Ciências Agrotécnicas, 2004. 331p.
Escrito por Viviane Ruela, agrônoma de campo Brevant® Sementes.