Blog •  25/07/2024

Como identificar e manejar a mancha-de-bipolaris

Viviane Ruela - Agrônoma de Campo 
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Imagem de uma folha de milho afetada pela mancha-de-bipolaris. A folha apresenta diversas lesões alongadas e estreitas de cor amarelada a marrom, concentradas principalmente nas margens e ao longo das nervuras. A textura das lesões é seca e esbranquiçada no centro, característica da infecção por Bipolaris maydis. A foto foi tirada de perto, mostrando claramente os detalhes das lesões e a coloração da folha. Fotografia creditada a Viviane Ruela.

Descubra os aspectos biológicos e estratégias eficazes para o controle da mancha-de-bipolaris no milho.

No Brasil, as condições climáticas para o plantio de milho no verão e no inverno são favoráveis para o aparecimento das doenças, pois há possibilidade da formação do tripé da fitopatologia: hospedeiro, patógeno e ambiente. 

São três as doenças inerentes ao cultivo do milho em nosso país: mancha-de-bipolaris (Bipolaris maydis), podridão de diplodia (Stenocarpella macrospora) e ferrugem (Puccinia polysora). 

Hoje nós vamos conhecer um pouco sobre a primeira delas, boa leitura!

O que causa a mancha-de-bipolaris?

A mancha-de-bipolaris (Bipolaris maydis) é causada por duas raças de fungo: a raça T, de forma epidêmica e que causou sérios prejuízos até a década de 70; e a raça O, que ocorre nas principais regiões produtoras, aparecendo nas lavouras já na fase vegetativa.

A principal condição favorável para o aparecimento da doença é a temperatura entre 20 °C e 32 °C com alta umidade e períodos de molhamento foliar.

Ela sobrevive e se espalha através de restos de cultura, disseminação por ventos e sementes.

E o seu manejo é feito por meio de resistência genética, rotação de cultura e uso de fungicidas.

Como identificar a mancha-de-bipolaris?

Os sintomas da doença se iniciam com pontuações claras, oblongas, as quais evoluem para lesões, como podemos observar nas imagens.

Foto: Viviane Ruela

Como realizar o manejo da mancha-de-bipolaris?

As estratégias de manejo para esse patógeno compreendem principalmente os seguintes fatores:

  1. Posicionar os híbridos de menor sensibilidade no meio da janela ideal de plantio;

  2. Utilizar estratégias de manejo químico com aplicações até o pré-pendão (três), reduzindo a taxa de progresso da doença;

  3. Utilizar a combinação de híbridos conforme a região;

  4. Respeitar o posicionamento dos híbridos para cada região.

O uso de fungicida, o posicionamento correto dos híbridos e a atenção ao ambiente se tornam a melhor estratégia de manejo das doenças do milho.

Portanto, as intervenções químicas no início do cultivo fazem toda a diferença para o manejo desses patógenos.

Quantificando perdas por doenças foliares

Nas últimas Safras, as manchas foliares causaram desafios em quantificar perdas, pois até então a Bipolaris maydis era uma doença de pouca relevância. 

Entretanto, nas últimas três Safras, tornou-se a principal fonte das discussões das estratégias de manejo, pois interfere drasticamente na taxa de transmissão de fotoassimilados para os drenos (grãos), reduzindo significativamente a massa e peso específico. 

Um protocolo foi elaborado pela Agronomia Seeds para quantificar as perdas, mostrando evidências dos danos causados por uma infecção precoce em híbrido sensível. 

Em planta normal, a taxa de transmissão de energia para os grãos da base para o meio da espiga não tem diferença estatística. 

O mesmo não se sustenta na espiga doente, havendo redução de 17% a 26%, implicando diretamente em menor peso específico.

Referências bibliográficas:

  • BERGAMIN FILHO, A.; AMORIM, L. Doenças de plantas tropicais: epidemiologia e controle econômico. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1996. 299p.

  • FERNANDES, F.T.; OLIVEIRA, E. Principais doenças na cultura do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA/CNPMS, 2000. 80p.

  • REIS, E.M.; CASA, R.T. Manual de identificação e controle de doenças de milho. Lavras: Ciências Agrotécnicas, 2004. 331p.

Escrito por Viviane Ruela, agrônoma de campo Brevant® Sementes.