Quem lida com a natureza não pode ignorar seus sinais e como ela funciona. E essa não é uma dica, mas sim um imperativo que todo produtor conhece bem.
A partir do acompanhamento dos seus fluxos, e de saber se adaptar, surge o caminho da produtividade que todos que trabalham na lavoura almejam.
A Brevant® Sementes conversou com Marcelo Strefling, engenheiro agrônomo da Corteva Agriscience™, e ele listou cinco dicas essenciais para quem planta soja e milho. Após a colheita do milho Safrinha, o que o produtor pode fazer já para a Safra verão? Confira a seguir!
5 dicas para otimizar o plantio do milho e da soja
1 - Tempo
A primeira dica do engenheiro agrônomo é sempre levar em consideração, e saber respeitar, o tempo cronológico que a cultura leva para crescer. Isso é medido por fenômenos naturais ou instrumentos.
Então, no pré-plantio da soja, por exemplo, ele indica a dessecação da área, que é uma técnica eficiente para o controle de plantas daninhas antes do plantio.
“Como tem muitas áreas que já foram colhidas, até semear a soja vai ter noventa dias ainda. Então, pode vir um fluxo de planta daninha muito grande nessa área. O produtor tem que estar ligado e não deixar para última hora.
Assim que começar a sair o primeiro fluxo de buva (que geralmente começa agora com as temperaturas mais baixas), o ideal é o produtor já realizar uma dessecação, adicionando algum produto com ação pré-emergente.
Em seguida, lá no pré-plantio da soja, limpar novamente a área para entrar com o plantio em uma área limpa. Tudo tem seu tempo certo porque, se deixar para depois, essas plantas já estarão muito grandes e o controle ficará mais difícil”, afirma.
O herbicida Paxeo® é o produto indicado da Corteva Agriscience para atuar na dessecação com ação residual no pré-plantio de soja. Ele auxilia no controle de buva, capim-amargoso e outras plantas daninhas tolerantes.
2 - Qualidade
Está ligada diretamente ao planejamento e estratégia do produtor, pois pode fazer a diferença. A preocupação com a qualidade do grão não é durante a Safra, pois ela deve ser pensada antes mesmo do pontapé inicial do plantio, na hora da compra da semente, defende Marcelo Strefling.
“Se o produtor escolhe um híbrido que tem uma baixa qualidade de grão, que é sensível às doenças de espiga, mais grãos ardidos, ou seja, maiores descontos na hora de entregar o grão.
Agora, se o produtor optou por um híbrido com uma boa qualidade de grão, ele ganha dinheiro, porque terá menos descontos. Isso é genética, não tem muito o que aplicar para melhorar”. Ou seja, a escolha do híbrido é essencial.
3 - Clima e umidade
Diretamente ligado ao tempo, o clima e a umidade são outros fatores essenciais, conforme o especialista, pois “quanto mais úmido colher, mais descontos terá lá na hora de entregar o grão”.
Ele lembra que, ainda assim, existem grandes produtores que precisam fazer uma escala de colheita, necessitando começar a colher talhões com umidade mais elevada. “Mas o produtor já deve pensar nisso, na verdade, quando ele vai plantar o híbrido Safrinha.
Pois no momento do plantio do milho Safrinha tudo acontece muito rápido e o produtor não escolhe se ele vai plantar mais cedo ou mais tarde, ele vai semear tudo assim que surgir condições de semeadura. Porque na Safrinha existem muitos riscos”, destaca.
Os riscos são da seca, no Centro, ou do frio, na região Sul, por exemplo. É possível antecipar uma colheita se há previsão de um período de frio e chuva muito grande, pois isso pode causar problemas de qualidade de grão, e é possível também colher um pouquinho mais úmido.
“Existe a possibilidade de plantar híbridos com ciclos um pouco diferentes, para conseguir fazer um possível escalonamento. Um que vai chegar mais rápido, com uma umidade mais baixa, outro que vai chegar, talvez, um pouquinho depois, com uma umidade um pouco maior. Mas esse é um ponto que o produtor deve observar lá no início do planejamento da área dele”, pondera.
4 - Planejamento
Todo o plantio e colheita são baseados em estabelecer objetivos, estratégias e recursos para alcançá-los. Isso significa planejar, visualizar situações com antecedência e se valer da experiência para contornar situações ao longo do processo.
O engenheiro agrônomo da Corteva Agriscience destaca que essa dica é necessariamente o primeiro passo do produtor, mas sua aplicação continua vigente ao longo de todo o processo, e que a observação da plantação, bem como eventuais adaptações, devem fazer parte de qualquer plano. E exemplifica:
“De acordo com a Safra, no momento de colher o milho Safrinha é preciso cuidar, considerar como o híbrido plantado está em relação à sanidade e colmo. Se foi uma Safra que deu condições para doença de colmo e o produtor tem um híbrido sensível, ele tem que tomar cuidado para não deixar secar muito.
Ou, às vezes, ele tem um híbrido muito bom de colmo, mas, mesmo assim, durante a Safra teve um período de estresse muito grande, dessa forma o colmo pode estar danificado. Em ambas as situações, o produtor pode cuidar e monitorar para não correr o risco de colher a área toda no chão.
Ele deve observar bastante o híbrido plantado, como é a sanidade de colmo na fase final. Existem materiais que não são doentes, mas sofrem com exaustão de colmo e também deve-se ligar um alerta a esse tipo de híbrido.”
5 - Estratégia
Esse exemplo acima não é só planejamento, mas estratégia aplicada junto, especialmente na alternância entre as culturas da soja e do milho, porque uma interfere na outra. Da soja para o milho, geralmente o solo está mais limpo e o produtor já pode plantar o milho em seguida.
Às vezes, a plantadeira está atrás da colheitadeira, já semeando o milho, e o produtor fará algum manejo pensando em plantas daninhas só depois que ele já se estabeleceu. A alternância é mais rápida e menos exigente nesse caso.
Uma cultura pode interferir na outra, normalmente devido ao clima. Por exemplo, se der algum problema climático que antecipe o ciclo da soja, será bom também para o milho, segundo Marcelo.
“Permitirá plantá-lo mais cedo, e geralmente é bem favorável plantar o milho em janeiro. Mas pode acontecer também da soja pegar alguns períodos de muito tempo nublado e estender o ciclo, o que levará a plantar o milho mais tarde. Sendo assim, um milho com ciclo muito longo pode virar problema. É ideal ter na manga uma opção de milho com ciclo mais rápido também”, afirma.
Da Safra de milho para a de soja, geralmente há um espaço maior, então esse é o momento de o produtor fazer uma análise e correção do solo. Se for preciso, aplicar algum calcário, realizar o manejo de plantas daninhas, ajustar alguma curva de nível.
Outro cuidado entre uma Safra e outra é mensurar, observando a quantidade de palhada que a cultura anterior deixou no sistema. “Se o produtor teve uma Safra muito boa de milho, o ideal seria ele fazer uma relação de quanto esse milho produziu, a quantidade de nutrientes extraídos, para pensar na adubação da soja.
Na maioria das vezes isso não acontece, mas deveria acontecer. Pensar na extração e exportação de nutrientes é estratégico para fazer o cálculo da próxima Safra”, finaliza o engenheiro agrônomo.
Dessas dicas de plantio de milho e soja, quais você está aplicando no seu cultivo?