A agricultura de precisão foi idealizada para intensificar a produção em fazendas em que a adoção de tecnologia já é uma realidade. Assim, por meio de mapeamentos, investigações e gestão de insumos, é possível potencializar produtividades já expressivas.
O grande diferencial da adubação de precisão está ligado ao uso de adubos, em taxas variáveis, em um mesmo talhão que poderia ser considerado homogêneo na adubação convencional, promovendo uma menor utilização de fertilizantes e custos desnecessários.
Além da menor utilização de insumos, a adubação de precisão possui um viés sustentável, afinal, a aplicação mais acurada tende a promover a sustentabilidade econômica e ambiental no setor.
A adubação convencional consiste na aplicação em dose única de fertilizantes de acordo com o resultado da análise de solo, obtida por meio de amostras do solo em cerca de 20 pontos amostrais (mínimo 10) por talhão homogêneo escolhidos de forma aleatória. Geralmente, o caminho feito no talhão é em zigue-zague.
Um talhão é considerado homogêneo de acordo com o relevo, cor, textura, vegetação presente anteriormente e manejo realizado na área. A área do talhão não deve ser maior que 20 hectares.
A adubação de precisão utiliza a tecnologia para melhorar o levantamento de fertilidade do solo, tendo um maior número de pontos de amostragem quando comparado à amostragem convencional, chamada de amostragem em grade.
Assim, torna-se possível uma compreensão melhor da variabilidade do solo no quesito fertilidade e, consequentemente, um melhor direcionamento da aplicação de adubo de acordo com o resultado obtido.
Os pontos amostrados em grade são plotados na área de forma homogênea quanto à distância entre eles. Com o resultado, os teores dos nutrientes são plotados na área e interpolados. Assim, o cálculo para recomendação de adubação é feito e o mapa de aplicação desenhado.
É importante lembrar que a recomendação de adubação geralmente é feita associando a produtividade do talhão, também georreferenciada.
Profissional do campo espalhando fertilizante no solo.
Associadas aos tratores, podemos ter sua automação para controle de uso de insumo por seção, piloto automático, controle de tráfego, telemetria, entre outros fatores.
Além disso, é possível utilizar plataformas digitais e aplicativos para auxiliar em qualquer uma das etapas produtivas envolvidas.
Tomando como base o controle de tráfego com direção automatizada, conseguimos diminuir a compactação da área ao passar sempre pelo mesmo ponto (ajustando a bitola de toda a frota), diminuir danos às plantas ou soqueiras (no caso da cultura de cana-de-açúcar), permitir o tráfego mesmo em condições de pouca visibilidade e diminuir o cansaço de operadores.
Entretanto, para ser uma operação realizada com sucesso, é importante ter em mente que a bitola do trator deve estar ajustada ao espaço entre as linhas da cultura.
Lembrando, é claro, que operações automatizadas não dispensam a presença de pessoas e operadores para certificar que tudo está correndo como o planejado no campo, além de evitar possíveis acidentes.
Além da prática de correção e adubação do solo de forma precisa, é possível realizar tratamentos fitossanitários, semeadura e irrigação da mesma forma. Tudo isso por meio do uso de computadores, monitores, GPS e sensores em esteiras, comportas e bicos.