O pulgão-verde (Schizaphis graminum) é uma das principais pragas do trigo e impacta diversas outras culturas, como a soja, o milho e o sorgo.
São insetos pequenos, medem de 1 a 2mm, de corpo mole e ovalado, com antenas longas e escuras e 2 a 4 pares de cerdas laterais inseridas na sua cauda escura. A coloração fica entre faixas do amarelo/palha e verde.
Seu ciclo tem duração média de 15 dias, em condições adequadas de ambiente, um ciclo relativamente curto, e a fêmea origina cerca de 80 novos pulgões.
Figura 1. Schizaphis graminum (pulgão-verde) em planta de trigo
Colônia de Schizaphis graminum. Foto: Paulo Roberto Valle da Silva Pereira/Embrapa
Por se tratar de um inseto picador-sugador, seu aparelho bucal é formado por dois pares de estiletes. Seu dano pode ser direto, pela sucção da seiva da planta, e indireto, ao transmitir doenças, sendo vetor de viroses, como vírus do nanismo amarelo da cevada (em inglês, Barley Yellow Dwarf Virus, BYDV).
Costumam se alimentar na face inferior das folhas, ambiente mais protegido dos predadores e de condições ambientais desfavoráveis para seu desenvolvimento, além de preferirem partes mais jovens da planta, pois há maior concentração de nutrientes.
Além disso, durante a sua alimentação, o pulgão injeta uma sucção que causa danos fisiológicos à folha e, consequentemente, encarquilhamento. Em casos de ataques severos, ocorre clorose da folha, que evolui para necrose.
Assim como as demais pragas, o seu controle deve ser realizado com base em um manejo integrado, com a finalidade de evitar a resistência dos alvos aos produtos utilizados.
Isso envolve o emprego de métodos de controle cultural, como eliminação de restos culturais, plantas daninhas hospedeiras, rotação de culturas e até cercas vivas (áreas que funcionam como barreiras vegetais).
O controle biológico, crescente em campo, mas com desafios pela frente, também pode ser empregado, devido à diversidade de inimigos naturais para os pulgões, como as joaninhas, normalmente bastante presentes nas áreas de cultivo, e que se alimentam tanto das ninfas como dos pulgões adultos.
O emprego de cultivares resistentes ou tolerantes ao convívio com a praga é de suma importância, além do aproveitamento de aspectos morfológicos, como distribuição e densidade de tricomas foliares (os “pelos” das plantas, que conferem a resistência contra algumas pragas).
O controle químico, normalmente mais empregado em situação de campo, envolve a aplicação dos defensivos agrícolas registrados para controle do alvo. Preferivelmente o uso de produtos que sejam seletivos para a praga – o pulgão, no caso.
Formulado com o ativo Isoclast™ active, pertencente a um novo grupo químico das sulfoxaminas, apresenta um modo de ação diferenciado, efeito de choque, residual e seletivo aos inimigos naturais do pulgão sem desequilibrar os ácaros.
Em cultivo de trigo, por exemplo, sua dose não ultrapassa os 100ml/ha recomendados, ou seja, doses de aplicação de baixo volume.
Ainda, por se tratar de um produto novo, originário de um novo grupo químico no mercado, os índices de resistência dos insetos são baixos, ou inexistentes na literatura.
Dessa forma, o emprego do produto nas condições ideais, com intervalos mínimos de volumes de aplicação como indicados na bula para cada cultura registrada (algodão, aveia, centeio, cevada, triticale, feijão, soja e trigo), apresentam alta eficácia.
Essas boas práticas levam a um manejo de resistência adequado, evitando alterações na resistência do inseto-alvo.
Referências
CORTEVA AGRISCIENCE. Closer® SC, Corteva, 2022. Disponível em: < https://www.corteva.com.br/produtos-e-servicos/protecao-de-cultivos/closer-sc.html#anchor_3>
GUIMARÃES, J. A.; MOURA, A. P.; OLIVEIRA, V. R. Biologia e manejo do pulgão Aphis gossypii em meloeiro. Comunicado Técnico 93, abr. 2013. ISSN 1414.9850.
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MELO, D. F. Relatório de estágio das atividades desenvolvidas na Corteva AgriscienceTM, no município de Campo Novo do Parecis/MT, durante o primeiro semestre de 2021. 49f. Monografia (Graduação em Agronomia) – Universidade de Brasília (UnB), Brasília, 2021.