Milho: doenças de colmo e espiga – aspectos de atenção
Como uma cultura bastante difundida e presente nas mais diversas regiões do país, o aparecimento de doenças no milho é ponto cotidiano no produtor.
Como uma cultura bastante difundida e presente nas mais diversas regiões do país, o aparecimento de doenças no milho é ponto cotidiano no produtor.
Dentro do gênero Stenocarpella, duas são as doenças principais: podridão por diplodia e podridão branca das espigas. A primeira devido ao desenvolvimento do fungo no colmo, enquanto a segunda se deve ao desenvolvimento do fungo na região das espigas.
Figura 1. Podridão branca das espigas, causada por Stenocarpella
Fonte: Embrapa
Figura 2. Podridão por diplodia, causada por Stenocarpella
Fonte: Embrapa
São capazes de se desenvolver nas folhas da cultura, originando a mancha de diplodia, porém essa associada apenas à S. macrospora.
Figura 3. Mancha de diplodia, causada por S. macrospora
Fonte: Embrapa
Por se tratar de um fungo, tem seu desenvolvimento favorecido em temperaturas entre 25°C e 30°C e umidades superiores a 90%, com disseminação dos esporos pelo vento, que podem chegar às estruturas do colmo, espiga ou folha.
Insetos também podem favorecer a dispersão do fungo.
Os sintomas para a podridão por diplodia são de lesões claras até escuras na coloração marrom, próximas aos entrenós mais próximos do solo. Já para as manchas de diplodia, são lesões pequenas e ovaladas, que se tornam oblongas conforme se desenvolvem.
E, por fim, a podridão branca, caracterizada pelo crescimento de micélios brancos (lembram algodão) por entre os grãos de milho na espiga.
O gênero Fusarium apresenta algumas espécies capazes de trazer danos produtivos aos cultivos de milho. Dentre eles o F. verticillioides e o F. graminearum, responsáveis pelas podridões de colmo, raízes e fusariose.
Conhecida popularmente como podridão do colmo, ou podridão das raízes, é uma doença que ataca em dois momentos distintos dentro da janela de cultivo e causa o dano também de maneiras diferentes.
No primeiro, afeta plantas jovens, antes da granação, e seu dano é devido aos problemas de absorção de água e nutrientes, que causam um mal desenvolvimento da planta, podendo atingir a morte. Já no segundo caso, ocorre em plantas senescentes, impactando a colheita devido ao tombamento das plantas.
Os danos visíveis ocorrem na alteração da cor interna do colmo para um esbranquiçado até marrom, além da visível quebra do colmo (em estágios mais avançados da infecção), que geram os tombamentos. Na espiga, o dano visível é a podridão causada nos grãos.
Figura 4. Podridão do colmo, causada por Fusarium spp.
Fonte: Embrapa
A fusariose, também conhecida como giberela, é mais uma das doenças fúngicas da cultura do milho. E, assim como as outras doenças acima citadas, se desenvolve bem em regiões quentes e em períodos úmidos longos.
A infecção ocorre em uma colonização das estruturas da espiga, a partir da chegada do fungo na planta. Quando isso ocorre, o desenvolvimento do fungo acaba por impedir a formação do grão na espiga, ou se desenvolvem grãos róseos, murchos e enrugados.
Figura 5. Fusariose na espiga do milho, causada por Fusarium spp.
Fonte: Embrapa
Seu bom desenvolvimento se dá em ambientes mais quentes, entre 25°C e 30°C, e úmidos. O desenvolvimento da doença ainda pode ser favorecido por ataques de lagartas ou por má formação da palha da espiga.
O manejo se inicia com o conhecimento do histórico da área, já que o fungo pode sobreviver no solo por alguns ciclos da cultura, podendo aproveitar a cultura anterior para se desenvolver e se manter ativo na área por mais tempo.
Também, para o manejo, visto que populações adensadas podem favorecer o ambiente de umidade para o desenvolvimento das doenças fúngicas e, também, pode dificultar algumas práticas de controle, como a aplicação dos defensivos agrícolas.
Para os sintomas desenvolvidos pelas doenças acima citadas, uma adubação bem feita e equilibrada pode garantir um bom desenvolvimento da planta, mantendo reservas nutricionais adequadas mesmo em momentos de contaminação.
A aplicação de fungicidas é eficiente na prevenção da doença.
Concomitantemente, o uso de cultivares Brevant® tolerantes para estresse hídrico (uma ameaça a menos), combinados com uma adubação equilibrada e tecnologia Leptra® e PowerCore® ULTRA (para um controle eficiente de lagartas que podem facilitar o avanço das doenças fúngicas), além do sistema de tratamento industrial de sementes LumiGEN®.
Referências
NAEEM, M. et al. Characterization and Pathogenicity of Fusarium Species Associated with Soybean Pods in Maize/Soybean Strip Intercropping. Pathogens. 2019 Nov 19;8(4):245. doi: 10.3390/pathogens8040245. PMID: 31752369; PMCID: PMC6963259.
RIBEIRO, N. A. et al. Incidência de podridões do colmo, grãos ardidos e produtividade de grãos de genótipos de milho em diferentes sistemas de manejo. Ciência Rural, 35(5), 1003-1009. 2005. https://doi.org/10.1590/S0103-84782005000500004
COSTA, R. V.; COTA, L. V. Podridões do colmo e das raízes. Embrapa. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/milho/producao/pragas-e-doencas/doencas/podridoes-do-colmo-e-das-raizes Acesso em: 12/5/2023.
RODRIGUES, A.; PELEGRINI, L. L. Avaliação de diplodia em híbridos de milho na região Centro Sul. Centro Universitário Campo Real, Guarapuava, Paraná, p. 14., 2023. Disponível em: https://www.repositorio.camporeal.edu.br/index.php/engagro/article/view/553/301 Acesso em: 12/5/2023.
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