Dos fatores limitantes ao rendimento e produtividade da cultura, a ocorrência de plantas daninhas é um dos mais significativos
Devido aos seus efeitos diretos na cultura principal, como a matocompetição, além do alto grau de interferência e aumento do custo de produção, dificuldade de colheita, piora da qualidade do produto e hospedagem de pragas e doenças, as plantas daninhas causam uma perda econômica relevante.
A presença dessas plantas pode trazer sérios problemas, pois elas interferem diretamente na produtividade, competindo por nutrientes essenciais, água, luz e espaço. Particularmente, os nutrientes essenciais, que são restritos e, diferentemente das plantas daninhas, o milho, mesmo sendo eficiente na absorção, não consegue acumular em si tais elementos.
O prejuízo potencial dessas invasoras, em lavouras de milho, pode chegar a reduções de até 90% do rendimento dos grãos.
É notório que os produtores têm conhecimento desses prejuízos, mas há o descuido ou falta de recursos para conseguir fazer o manejo correto e duradouro desse malefício.
A espécie pertence à família das gramíneas, sendo cultivada há mais de 8.000 anos em muitas localidades do mundo. É uma cultura anual que ocupa a maior área do globo. Sua característica fundamental é a adaptabilidade, representada pelos variados genótipos.
Nas últimas décadas, o milho atingiu o patamar de maior cultura agrícola do planeta. Simultaneamente à sua importância em termos de produção, a gramínea se sobressai pelos diversos usos. São mais de 3.500 aplicações deste cereal.
Espera-se que, em 2022/23, o Brasil produza 126,9 milhões de toneladas (Conab), um recorde.
Sua produção e produtividade têm aumentado a cada ano, principalmente pelo fato de novas cultivares adaptadas às diversas regiões, melhora no manejo do solo e o manejo integrado no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, responsáveis por diminuir a produtividade e resultados porteira adentro.
Dentro do espectro de espécies infestantes que ocorrem na cultura, destacam-se as principais:
Monocotiledôneas
Dicotiledôneas
Destacamos as daninhas mais prevalentes em solos brasileiros e de difícil controle devido a alguns pontos, como os casos de resistência:
A infestação destas espécies, muitas vezes, ocorre pelos manejos adotados e não bem-sucedidos entre práticas culturais, seleção de produto e programa de manejo.
As perdas podem ser severas na produtividade, principalmente quando o controle das plantas daninhas é realizado em período inadequado, ou de forma ineficaz.
Dentre as formas de controle das plantas daninhas, a mais utilizada e disseminada é o método químico, com uso de herbicidas. Estima-se que esse método seja utilizado em mais de 70% da área cultivada com milho, no Brasil.
O primeiro passo é identificar a planta daninha para escolher qual herbicida utilizar.
Frequentemente, o herbicida usado não é o mais indicado, podendo até mesmo a planta daninha ser resistente a alguns princípios ativos. Fato comprovado, por exemplo, pelo uso contínuo de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação.
Uma alternativa recorrente quando ocorre a resistência ou tolerância das plantas daninhas na área é o uso de sementes geneticamente modificadas, com caráter melhorado, por proporcionar oportunidades de manejo das plantas daninhas com herbicidas que seriam não seletivos à cultura
Com uma robusta biotecnologia para controlar lagartas, o milho PowerCore® ULTRA Enlist® é tolerante aos herbicidas Enlist® Colex-D® (novo 2,4-D sal colina), glifosato, glufosinato de amônio e haloxifope. O haloxifope será importante para o controle de gramíneas no meio do milho, como o capim-amargoso.
Nesse contexto, vale ressaltar a necessidade de integração de métodos de controle, seja biológico, químico ou mecânico, com tratos culturais, a fim de evitar o desenvolvimento de invasoras resistentes dentro da produção, implementando as boas práticas agrícolas para o manejo das plantas daninhas.
Para mais detalhes sobre o manejo integrado de pragas em sistemas de produção, acesse aqui.
Sem o controle eficiente das plantas daninhas, o milho não consegue desempenhar seu pleno desenvolvimento e completar seu incremento, alcançando o nível de produtividade desejado.
O emprego de novas tecnologias, juntamente com as demais formas de manejo integradas, pode levar segurança e confiança ao produtor durante a produção da cultura. Assim, é possível manter os elevados níveis de produtividade e mitigar o risco do avanço de resistência das plantas daninhas aos herbicidas.
Maria Eduarda Garibaldi, engenheira agrônoma, M.Sc.
Scot Consultoria
Referências
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