O Brasil é o quarto maior produtor mundial de grãos e o segundo maior exportador (MAPA).
Estima-se que em 2022 a colheita brasileira de grãos atingirá o patamar recorde de 271,3 milhões de toneladas produzidas, com aumento de 6,2%, ou 15,8 milhões de toneladas, frente ao ano anterior (Conab).
A soja é a cultura mais produzida no Brasil, devido, principalmente, ao seu retorno econômico e versatilidade do grão.
Destaque para a Safra 2019/20, com a qual o Brasil superou a produção dos Estados Unidos e alcançou o primeiro lugar no ranking mundial de produção de soja, com 124,84 milhões de toneladas (Conab).
Estima-se que na Safra 2021/22 sejam produzidos 124,3 milhões de toneladas de soja, queda de 10,7% frente à Safra anterior em função dos efeitos da forte estiagem nos estados do Sul.
Figura 1. Produção de soja no Brasil, por Safra, em milhões de toneladas.
*estimativa
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
O milho é a segunda cultura mais produzida no Brasil (Conab). Na Safra 2019/20, o país ocupou a terceira posição na produção mundial de milho, com 102 milhões de toneladas, estando Estados Unidos e China no primeiro e segundo lugar, respectivamente (USDA).
Figura 2. Produção total de milho (1ª, 2ª e 3ª Safra) no Brasil, por Safra, em milhões de toneladas.
*estimativa
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
Na Safra 2020/2021, a produção brasileira de milho foi de 87,10 milhões de toneladas, queda de 15,1% frente à Safra anterior, em meio à quebra de Safra, em especial de segunda, devido às adversidades climáticas enfrentadas no Sul e Centro-Sul do país.
A estimativa para Safra 2021/22 para a produção total é de 115,2 milhões de toneladas com expectativas positivas em relação à recuperação na produtividade do grão na segunda Safra.
Em 2019, a exportação de milho foi recorde, com 42,75 milhões de toneladas do grão embarcados. O cenário foi positivo para o Brasil, devido ao câmbio favorável e à Safra menor nos Estados Unidos.
Figura 3. Exportações brasileiras de milho, em milhões de toneladas, no acumulado do ano (em verde) e no acumulado até maio (em laranja).
*até mai/22
Fonte: Secex / Elaboração: Scot Consultoria
Em 2021, o Brasil exportou 20,42 milhões de toneladas de milho. O Irã foi o destino de 28% do produto brasileiro, seguido do Egito (24%), Coréia do Sul (9,3%) e Japão (4,9%).
Contudo, com a quebra de Safra de milho no ano passado, o volume de exportação caiu na ordem de 14 milhões de toneladas, ou 40,7% em relação ao ano anterior.
De janeiro a maio deste ano, foram exportadas 5,37 milhões de toneladas, incremento de 51,3% frente ao acumulado no mesmo período em 2021, e o viés é de ritmo firme para as exportações do cereal em 2022.
Em relação à soja, as exportações são crescentes desde 2019 (figura 4), ocupando a liderança das exportações do agronegócio no país.
Figura 4. Exportações brasileiras de soja, em milhões de toneladas, no acumulado do ano (em verde) e no acumulado até maio (em laranja).
*até mai/22
Fonte: Secex / Elaboração: Scot Consultoria
Em 2019, a China foi impactada pelo surto da peste suína africana e boa parte do seu rebanho suíno foi dizimada. Contudo, o país teve uma recuperação rápida, com seu plantel de matrizes de suíno atingindo os níveis pré-surto em 2022.
Com a recuperação no país e maior tecnificação dos sistemas de produção, vê-se uma demanda crescente no mercado internacional de soja e de milho por parte dos chineses.
Em 2021, a China foi a maior compradora de soja em grão do Brasil, representando 67% das vendas nacionais (Secex).
Com relação ao milho, o país é um dos principais produtores do grão, mas, entre 2019/20 e 2021/22, aumentou em 203% a importação do cereal ao redor do mundo, com a expectativa de cerca de 23 milhões de toneladas internalizadas na atual temporada (USDA).
Em 24/5/22, a autoridade alfandegária da China assinou um acordo com o Brasil permitindo a importação de milho brasileiro.
Em meio à expectativa de menor produção global em 2022/23, a China busca garantir o estoque do cereal em uma origem alternativa.
O Brasil, com a recuperação da sua produção na Safra 2021/22 e expectativas iniciais positivas para a Safra 2022/23, somado ao câmbio em patamares elevados, deverá elevar as exportações do grão.
O que ratifica a potência agrícola brasileira e abre oportunidade para um novo momento do milho brasileiro.
Em contrapartida, o avanço dos laços comerciais com a China deixa as indústrias brasileiras (ração e mercado de energia) em alerta.
A soja e o milho figuram entre os cinco dos principais produtos exportados pelo agronegócio brasileiro.
Embora as últimas duas Safras tenham sido frustradas devido às condições climáticas adversas, o cenário para o setor é positivo.
O Brasil é um grande player no mercado internacional de grãos e apesar da alta dos custos de produção, a expectativa é de preços firmes no mercado internacional tanto para a soja quanto para o milho em 2022/23, o que somado à depreciação do real ante ao dólar, manutenção da demanda chinesa pela soja brasileira e potencial de abertura das exportações de milho à China trazem expectativas positivas para o agricultor e para o agronegócio brasileiro.
Companhia Nacional do Abastecimento
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Scot Consultoria