A segunda safra nacional de milho em 2021/22 deve ser 45,8% maior que a segunda safra em 2020/21
A segunda safra 2020/2021 de milho no Brasil foi marcada pela queda de produtividade e produção. O atraso nas chuvas adiou a semeadura da primeira safra de soja e sua colheita, reduzindo a janela de plantio do milho segunda safra, abrindo espaço para que adversidades climáticas agissem de forma mais contundente nas lavouras.
Os agricultores aceitaram o risco e semearam o milho, mesmo no período final da janela de plantio, com a intenção de aproveitar os bons preços para o grão. No entanto, o clima, a escassez de chuvas e as geadas afetaram a produção em boa parte do país.
A primeira safra de milho 2021/2022 também sofreu com o clima. Os efeitos climáticos provenientes do La Niña resultaram em escassez de chuvas na região Sul do país, principal região produtora da safra de verão brasileira, reduzindo em 14,1% a produção esperada frente à primeira expectativa da safra 21/22, mas a expectativa é de alta de 0,6% no comparativo com a safra 20/21.
Atualmente, a segunda safra representa 76,6% da produção nacional de milho. A partir da safra 2011/12 a produção da segunda safra de milho ultrapassou a produção de primeira safra e, desde então, a representatividade da produção da safra de inverno é crescente.
Figura 1.Produção, em milhões de toneladas, do milho 1º e 2ª safra nos últimos 30 anos.
*Expectativa para a safra 2021/22
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
A queda na produção de milho de primeira safra está ligada à perda de área, que ano a ano passa a competir com a semeadura de soja na safra de verão, com a área semeada por soja ultrapassando a área de milho a partir da safra 1997/98.
Figura 2. Área semeada, em mil hectares, de milho 1º e 2ª safra e da soja nos últimos 30 anos.
*Expectativa para a safra 2021/22
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
Até 2 de abril, 99,5% da área esperada para a cultura na safra de inverno 2021/22, ou segunda safra, havia sido semeada pelos principais estados produtores, frente aos 98,1% da mesma semana de 2021, o que demonstra o bom ritmo de semeadura para a atual safra.
Goiás, Piauí, Tocantins, São Paulo e Mato Grosso já concluíram a semeadura da área esperada para a segunda safra 2021/2022.
O bom ritmo de colheita da primeira safra de soja no país, que já chegou a 81,2% da área até 2/4, atingindo 2 pontos percentuais frente ao mesmo período na safra 2020/21, tem auxiliado no ritmo da semeadura da segunda safra de milho.
A expectativa inicial para a segunda safra de milho no Brasil, divulgada em outubro de 2021, segundo a Conab, era de uma produção de 86,3 milhões de toneladas, distribuídos em 15,86 milhões de hectares.
A expectativa de área semeada, até abril, aumentou 1,1% frente à expectativa inicial, alcançando 16 milhões de hectares, incremento de 7% em relação à área semeada na safra 2020/21.
Já a produtividade aumentou 1,4% frente à expectativa de outubro e está em 5,38 toneladas por hectare. A atual expectativa é aumento de 36,3% superior à produtividade da segunda safra em 2020/21.
Com as revisões de área e produtividade em março, frente às perspectivas iniciais (outubro), a expectativa de produção para a segunda safra é de 88,53 milhões de toneladas, o que representa aumento de 2,6% frente à expectativa inicial e 45,8% superior em relação à safra passada.