Estados Unidos em primeiro, China em segundo e Brasil em terceiro no ranking dos maiores produtores mundiais de milho. Na exportação, o país vem disputando com a Ucrânia e com a Argentina o posto de segundo maior exportador do grão, atrás somente dos EUA. Tudo isso em menos de duas décadas. Sim, temos muito a comemorar.
Acompanhe neste texto como essa história virou a favor do mercado brasileiro.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dentro do segmento de grãos, o milho vem ganhando, cada vez mais, uma posição de destaque. Segundo valores divulgados em setembro, estima-se que em 2022 o milho registre um VBP – Valor Bruto da Produção – de mais de R$ 153 bilhões, o que significa 13% da produção agropecuária e mais de 18% da produção agrícola do país, ocupando o segundo lugar entre as culturas do agronegócio brasileiro em VBP.
Este crescimento define a potência que o país se tornou, principalmente na produção de milho segunda safra, após a colheita da soja, que tem como estratégia o desenvolvimento de cultivares semeadas mais cedo e colhidas um pouco antes, abrindo espaço para a segunda safra do grão. É o chamado binômio soja-milho. Nesse sistema, o milho é cultivado no inverno em sucessão à soja, o que viabiliza o aumento da área plantada total do cereal, como explica o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Rubens Augusto de Miranda: “O milho deixou de ser cultivado predominantemente no verão e na região Sul do Brasil para ser cultivado no inverno e na região Centro-Oeste. Para que isso fosse possível, foram necessários o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias e práticas agrícolas relacionadas principalmente à fertilidade do solo, manejo e genética de cultivares.”
Ao todo, 10% de todo o milho do mundo é produzido no Brasil, que se consolida, cada vez mais, como um fornecedor global, como explica o pesquisador Rubens Augusto.
“O Brasil já é um dos maiores produtores mundiais de milho e isso se deve a dois grandes fatores: à relevância de cadeias de proteína animal no país, que são consumidoras do grão, e aqueles países que são abastecidos com o nosso milho, como o Irã, o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo. A ascensão no mercado internacional de milho também se deu pelo excedente exportável decorrente do aumento da produção e diversificação de compradores do grão brasileiro.”
A performance de excelência é conquistada com a reunião de um conjunto orientado de soluções, como produtos versáteis e de alto desempenho, além da facilidade e agilidade no processo de compra de sementes com alto valor agregado e tecnologia. “O aumento da demanda por produtividade aliado à exigência de produtos com maior qualidade é o que faz a agricultura aderir às tecnologias de ponta, atenta ainda às transformações digitais cada vez mais aceleradas”, afirma o pesquisador.
Ainda de acordo com ele, a evolução da produção, agricultores com um suporte especializado, novas abordagens para soluções que trazem benefícios e atuação de alto nível, além do uso das boas práticas agrícolas e o manejo correto de pragas, fez com que as transformações ocorressem como um todo no cultivo do milho no país.
E as previsões para as próximas safras são as melhores possíveis. De acordo com o Rabobank, banco especializado no agronegócio, o consumo mundial de milho deverá crescer 25% até 2030. O banco sinaliza ainda que o comércio global de milho trará um acréscimo bem maior projetado pelos ganhos de produtividade, tensões geopolíticas e alterações do clima. O Brasil deve se beneficiar e está pronto para assumir a liderança nessa evolução global do grão, segundo o Rabobank.
“A partir de 2001, o Brasil estabeleceu laços comerciais para a exportação do grão que cresceriam ao longo do tempo, com destaque para o Irã e a Coreia do Sul. Em 2010, o país exportou mais de 10 milhões de toneladas de milho, com uma maior diversificação de destinos. Norte da África, Sudeste Asiático e a Ásia Oriental passaram a despontar como destinos tradicionais do milho brasileiro”, conta o pesquisador, que complementa: “o fato é que, ao longo das últimas duas décadas, o Brasil passou do status de irrelevância no comércio internacional de milho para se tornar um dos grandes players do setor”.
Ainda é cedo para afirmar que em 2022 as exportações quebrarão o recorde de 2019, quando foram embarcadas 42,7 milhões de toneladas do cereal. Dados divulgados no início de outubro pela Conab indicam uma redução de 1,5% na área a ser cultivada. Mesmo com a área menor, a colheita na primeira safra deve ter um aumento de 14,6%, sendo estimada em 28,69 milhões de toneladas. Os números se devem à expectativa de recuperação da produtividade no atual ciclo. Somando as três safras do milho em toda a temporada 2022/23, a Conab estima uma produção de 126,9 milhões de toneladas.
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