O preparo do solo tem como objetivo fornecer condições favoráveis para semeadura, estabelecimento, desenvolvimento e produção das culturas por meio da mobilização do solo por tempo ilimitado, gerando efeito sobre suas propriedades físicas, químicas e biológicas.
Caso o conjunto de práticas de manejo de solo seja usado racionalmente, as barreiras para a cultura expressar seu potencial produtivo se tornam menores.
Entretanto, o manejo incorreto provoca degradação física, química e biológica do solo, limitando o desenvolvimento da lavoura. Assim, é possível que haja agravamento de processos erosivos, causados por vento, água, temperatura, luminosidade, etc.
Frequentemente, o preparo da área é usado para reduzir a compactação do solo, que tem impacto direto no desenvolvimento radicular da cultura, incorporar resíduos ou produtos superficiais, expor e confeccionar sulcos ou terraços, controlar patógenos, pragas e plantas daninhas e incorporar corretivos e nutrientes.
Alguns fatores, como o tipo de solo e umidade, influenciam na quantidade de operações necessárias, sendo fundamental o planejamento para acertar nas operações.
A análise do solo é um dos primeiros passos para planejar o próximo cultivo, sendo comumente realizada após a colheita com o solo seco, fornecendo as informações fundamentais para compra e aplicação dos insumos necessários.
O preparo primário é realizado em áreas que ainda não foram cultivadas e serão colocadas em condições ideais para produção agropecuária.
As operações realizadas são: derrubada das árvores; desbrota e destoca dos sistemas radiculares remanescentes; limpeza e eliminação de restos vegetais e sistematização.
O preparo convencional do solo marca o início da semeadura. Nesse momento, ocorre a mobilização do solo e o revolvimento de toda sua superfície a cada cultivo ou ciclo de produção, incorporando praticamente todo o resíduo da superfície do solo. O preparo pode ser definido em duas etapas, especificadas a seguir.
Na primeira etapa, ocorre o revolvimento intensivo do solo visando adequar a camada subsuperficial para o desenvolvimento do sistema radicular da cultura.
Dependendo do equipamento utilizado, pode ocorrer incorporação de resíduos em camadas mais profundas, sendo comum incorporar corretivos nesse processo.
A segunda etapa consiste no nivelamento e destorroamento causado pelo revolvimento intensivo do terreno, com o intuito de criar um leito de semeadura e permitir um ambiente favorável ao desenvolvimento inicial da cultura.
A mobilização intensa do solo no preparo convencional permite o aumento da permeabilidade, favorecendo o crescimento de raízes, além de enterrar plantas daninhas e auxiliar no controle de pragas e doenças.
Com o passar dos anos, a prática promove o aumento da erosão, maior evaporação da água armazenada no solo, degradação da matéria orgânica e maior compactação nas camadas superficiais, reduzindo o potencial produtivo do solo.
O manejo correto pode incrementar a produtividade das culturas.
● Cultivo mínimo ou preparo reduzido
O cultivo mínimo é uma estratégia de manejo conservacionista, que prioriza a redução das operações, visando manter somente a cobertura necessária e fornecer as condições para o estabelecimento da cultura.
● Sistema de plantio direto na palha
É uma ferramenta sustentável da agricultura conservacionista. Consiste na semeadura com ausência de mobilização do solo, mantendo os restos culturais na superfície do solo.
O cultivo mínimo e a semeadura direta visam reduzir a mobilização do solo e, em consequência, as operações.
As técnicas reduzem a erosão do solo e aumentam o controle de plantas daninhas, mas há necessidade de semeadoras com “botinha” e disco de corte para operar entre a palhada.
O planejamento da nutrição das plantas tem início na amostragem de solo para análise físico-química, que tem como finalidade avaliar a necessidade de aplicação de corretivos da acidez e de fertilizantes.
A análise química do solo permite identificar as quantidades e a profundidade que adubos e/ou corretivos devem ser aplicados e incorporados com base nas recomendações regionais para a cultura.
De acordo com as características da área e cultura, deve-se avaliar qual o melhor método de preparo de solo a ser adotado. A escolha correta permite o bom estabelecimento e desenvolvimento da cultura, favorecendo a sua produtividade.
Gimenez, Leandro. Preparo do Solo: o que é, por que fazer, quais os tipos principais e como avaliar. Piracicaba: Esalq-USP, 2020.
Marx, Leomar Batisti. Sistemas de cultivo. Chapecó: AGROTEC, 2017.
Seixas, Claudine Dinali Santos. Tecnologias de Produção de Soja. Londrina: Embrapa Soja, 2020