O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e transformado em política pública pelo governo federal, buscando minimizar os riscos climáticos e aumentar a gestão de risco e recursos na agricultura.
O zoneamento indica para cada município o que, como e onde plantar ou semear com base no menor risco climático para diferentes culturas e tipos de solo.
A análise é possível por meio do desenvolvimento da climatologia, modelagem e análise espacial, visando reduzir as perdas na agricultura por seca ou chuvas em excesso.
O método adotado pelo zoneamento se baseia em análises espaço-temporais de dados climáticos e análises agrometeorológicas, do solo, estatísticas e agronômicas.
A primeira utilização do ZARC ocorreu na Safra de 1996 para a cultura do trigo. Hoje, todas as Unidades da Federação possuem estudos de zoneamento para mais de 40 culturas anuais e perenes, além do consórcio de milho com braquiária.
O uso da ferramenta auxiliou diretamente o produtor e o planejamento do setor agrícola brasileiro, antevendo os riscos da produção agropecuária e dos custos com financiamento público.
O ZARC pode ser acessado por meio do Painel de Indicação de Riscos, pelo aplicativo Zarc – Plantio Certo, ou por meio de portarias estaduais.
Pelo município são geradas recomendações de plantio que variam entre 20%, 30% e 40% de risco ou a ausência de indicação para determinada cultura.
A indicação de plantio é separada em períodos de dez dias (decêndios), considera a textura do solo (arenoso, médio e argiloso) e o grupo de cultivares (número de dias da emergência à maturação).
As portarias são divulgadas no Diário Oficial da União anualmente, em que constam as cultivares indicadas para a região e o calendário de plantio de acordo com os municípios.
O Zarc atua como uma ferramenta utilizada pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que reduz o número de sinistros por eventos climáticos, inibe fraudes e fornece melhores informações para a melhor gestão do programa.
O Proagro garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola para lavouras que forem prejudicadas por eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle.
Os bancos ou cooperativas de crédito são responsáveis por contratar e enquadrar as lavouras, receber a solicitação do produtor, comprovar as perdas por meio de peritos e calcular a indenização, sendo o Banco Central o responsável pelo pagamento por meio dos agentes.
Os produtores que contratarem o Proagro ou o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), seguro da produção com custo reduzido através do auxílio financeiro do governo federal, devem respeitar as datas de semeadura ou plantio preconizadas no ZARC pelo município.
Dadas as particularidades do agronegócio, o risco envolvido em função do caráter biológico da produção e da dependência de condições climáticas, usar a tecnologia para auxiliar o produtor na tomada de decisão é fundamental.
O seguro agrícola colabora com a manutenção do produtor na atividade e no cumprimento dos compromissos financeiros, aliado ao uso de tecnologias que permitem reduzir os riscos e viabilizam o planejamento do setor.
ASSAD, Eduardo Delgado et al. Zoneamento agrícola de riscos climáticos do Brasil: base teórica, pesquisa e desenvolvimento. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 29, n. 246 p. 47-60, out. 2008. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/158694/1/AP-Zoneamento-Assad-etal-2008.pdf. Acesso em: 18 jul. 2022.
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EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL. O que é Zoneamento Agrícola de Risco Climático - ZARC? 2015. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/155160/1/FOLDER-0004.pdf. Acesso em: 18 jul. 2022.
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