O Brasil é o celeiro do mundo. Todos já ouvimos isso. Há quem goste da definição e há quem não goste. Entretanto, não há discussão quando falamos que o setor agropecuário brasileiro tem grande destaque no mundo.
Estamos nos primeiros lugares de produção e exportação de commodities primeiro para soja. Já na exportação mundial, ocupamos o primeiro lugar para soja e segundo para o milho, considerando os dados de 2022.
Sendo um dos principais fornecedores de grãos para o mundo, a produção brasileira está sempre em foco e quebras são fatores de preocupação no mercado internacional.
Nas últimas três safras (2019/20 a 2021/22), o Brasil passou pela influência do La Niña, caracterizado pela diminuição das chuvas no Sul do país.
Com a pluviometria menor do que normalmente é, as lavouras tiveram sua produtividade prejudicada. Veja na figura 1.
Figura 1. Produtividade média de milho e soja na região Sul, por safra, em t/ha.
Fonte: Conab – Elaborado por Scot Consultoria
São diversos os fatores que influenciam no clima ao redor do mundo, principalmente a interação entre a superfície do oceano e a atmosfera, tais como temperatura do mar, pressão atmosférica e incidência de raios solares. A resultante de uma dessas interações são as movimentações na Circulação Zonal, os eventos El Niño e La Niña.
Os eventos ocorrem devido à mudança de temperatura das águas do oceano Pacífico, na região Niño 3.4, que compreende a faixa entre 170°W e 120°W no globo (área circulada em vermelho na figura 2).
Figura 2. Anomalia da temperatura da superfície do mar. Referência 5 a 11 de março de 2023.
agrícolas. Ocupamos o terceiro lugar na produção mundial de milho e
Fonte: INPE/CPTEC
O aquecimento das águas oceânicas, característica do El Niño, propicia a ocorrência de chuvas no Sul do Brasil e, ao mesmo tempo, a diminuição da precipitação no Norte e Nordeste, além do aumento da temperatura média no país.
Contrário ao El Niño, temos o fenômeno denominado La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico. No Brasil, ocorre a diminuição das chuvas no Sul e o aumento no Norte e Nordeste. Além disso, a precipitação apresenta alta variação na frequência e no volume, ou seja, ora chove torrencialmente, ora está seco.
Os fenômenos ocorrem de forma alternada e recorrente, em média, a cada dois anos, podendo durar até sete. Com a evolução da tecnologia, atualmente é possível realizar um acompanhamento mais acurado da temperatura dos oceanos. Assim, é possível prever quais e quando serão os impactos dessas movimentações.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Internacional da Universidade de Clima da Columbia (IRI), os próximos meses terão influência maior de neutralidade na temperatura das águas, até o trimestre jun/jul/ago, apresentando mais de 80% de chances de continuidade até abr/maio/jun, diminuindo para próximo aos 50%, dando lugar ao El Niño. Veja na figura 3.
Figura 3. Probabilidade (%) de ocorrência de fenômenos climáticos, por trimestre.
Fonte: IRI – Elaborado por Scot Consultoria
Quanto às chuvas no Brasil:
Impactos na região Sul:
Efeitos na região Centro-Oeste:
Reflexos nas regiões Norte e Nordeste:
A utilização de cultivares ou híbridos ideais, de acordo com a janela de plantio, será imprescindível. A Brevant® Sementes tem o material que mais se adéqua a sua realidade.
Referências
Companhia Nacional de Abastecimento – Conab
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA
Instituto Internacional de Pesquisa sobre Clima e Sociedade – IRI
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE