Capim-pé-de-galinha: como identificar e controlar umas das principais plantas daninhas do milho
Diversas plantas invasoras podem causar danos a sua lavoura, cabe atenção e controle eficiente até mesmo antes do plantio.
Diversas plantas invasoras podem causar danos a sua lavoura, cabe atenção e controle eficiente até mesmo antes do plantio.
A presença de plantas daninhas nas lavouras de milho é um desafio significativo para os produtores, impactando diretamente a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade.
Dentre as espécies invasoras mais relevantes em relação a impactos agronômicos, estão o capim-amargoso (Digitaria insularis), o capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), o caruru (Amaranthus viridis) e a buva (Conyza spp.), já destacadas em nosso artigo sobre as principais plantas daninhas do milho.
Neste artigo, destacaremos estratégias de manejo, com ênfase no controle do capim-pé-de-galinha, que também podem ser empregadas, desde que avaliadas as suas particularidades, para outras plantas invasoras.
O capim-pé-de-galinha (E. indica) é reconhecido como uma das plantas daninhas de maior dificuldade de controle das lavouras brasileiras. Sua distribuição abrangente, resistência a herbicidas e disseminação rápida tornam essencial a implementação de práticas eficazes de controle. Abaixo, comentamos alguns dos efeitos negativos causados pela invasora nas lavouras de milho.
Competição por recursos – Compete diretamente com as plantas de milho e soja por recursos essenciais, como nutrientes do solo, água, luz solar e espaço. Isso pode resultar em uma redução na disponibilidade desses recursos para as plantas, comprometendo seu desenvolvimento saudável.
Redução do rendimento de grãos – A competição intensa por nutrientes e água pode levar a uma redução significativa no rendimento de grãos. O capim-pé-de-galinha é conhecido por sua habilidade de extrair nutrientes do solo de maneira eficiente, causando prejuízos econômicos substanciais aos produtores.
Dificuldade de colheita – A presença densa do capim-pé-de-galinha na lavoura de soja pode dificultar a operação de colheita mecânica, aumentando o custo de produção agrícola e diminuindo a eficiência do processo.
Problemas com maturação desuniforme – A matocompetição provocada pelo capim-pé-de-galinha pode resultar em uma maturação desuniforme das plantas de soja, o que prejudica a colheita e a qualidade dos grãos.
Hospedagem de pragas e doenças – O capim-pé-de-galinha pode servir como abrigo para pragas e doenças que afetam o milho, ampliando os problemas com fitossanidade na lavoura e exigindo medidas adicionais de controle. Os nematóides do solo aumentam o seu fator de reprodução (FR) nas plantas daninhas e no capim-pé-de-galinha.
Aumento do custo de produção – O controle inadequado do capim-pé-de-galinha pode resultar em um aumento significativo nos custos de produção, devido à necessidade de investir em herbicidas, mão de obra e práticas adicionais para minimizar os danos causados por essa planta daninha.
O passo inicial é identificar corretamente a invasora para estabelecer o manejo adequado, mantendo a produtividade da cultura. O capim-pé-de-galinha é uma planta daninha invasora que pode variar entre 30 e 70 cm, dependendo das condições de crescimento.
As folhas do capim-pé-de-galinha são planas, estreitas e longas, variando de 5 a 20 cm de comprimento. A coloração das folhas pode variar de verde a verde-claro.
As inflorescências são do tipo panícula, com espiguetas agrupadas em cachos, que se assemelham a um pé de galinha, origem do nome da planta. As espiguetas são pequenas e podem apresentar coloração variável, geralmente de tons mais claros a mais escuros.
As espiguetas são compostas por flores minúsculas e são portadoras de sementes. Cada espigueta contém várias sementes, normalmente de coloração violeta, caracterizando a rápida dispersão e reprodução da planta.
O capim-pé-de-galinha é conhecido por sua habilidade de infestar campos e lavouras cultivados, pastagens e áreas urbanas. Sua capacidade de crescimento rápido e reprodução eficiente contribui para sua disseminação. Veja na figura 1.
Figura 1. Foto do capim-pé-de-galinha em área de produção
Fonte: Revista Cultivar
O controle de plantas invasoras deve começar antes do início do cultivo, ou seja, em áreas de alta infestação com dessecação antecipada, pois o impacto gerado pela matocompetição pode ser acelerado no início do desenvolvimento das culturas.
Para isso, a Corteva oferece soluções para o controle eficiente de plantas invasoras na cultura do milho. Entretanto, o manejo de plantas daninhas deve ser estabelecido pelo produtor, com o objetivo de preparar as áreas para o sistema de produção soja-milho-algodão em algumas regiões, pois esta planta daninha tem a capacidade de perenizar nestes ambientes de produção.
O sistema ENLIST fornece alternativas de controle com a aplicação de herbicidas Accent® e Glizmax Prime® na cultura do milho, e na cultura da soja Conkesta Enlist é permitida a aplicação de herbicidas Glufosinato de Amônio, ColexD (2,4D Sal Colina), Verdict Max® e Glizmax Prime®.
Além do uso de herbicidas, o controle eficiente de plantas daninhas na produção de milho envolve o consórcio com métodos complementares, que buscam abordar a problemática de maneira integrada, como descrito a seguir.
Cultivo em consórcio: prática que consiste em cultivar duas ou mais espécies simultaneamente na mesma área, promovendo uma competição mais intensa entre as plantas daninhas e as culturas desejadas.
Uso de cobertura vegetal: a cobertura do solo por plantas de cobertura, como leguminosas e gramíneas, auxilia na supressão de plantas daninhas, proporcionando uma barreira física.
Rotação de culturas: a alternância de culturas ao longo das safras contribui para a quebra do ciclo de vida de algumas plantas daninhas, reduzindo sua incidência e favorecendo a diversidade do ecossistema agrícola.
O emprego adequado das práticas caracteriza o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), que integra diferentes métodos de controle, visando otimizar a eficácia e sustentabilidade do manejo, a partir de um monitoramento regular para identificação precoce das plantas daninhas, permitindo uma intervenção mais eficaz, evitando o estabelecimento e a reprodução descontrolada.
A escolha adequada dos métodos de controle, é realizada com base nas características das plantas daninhas e nas condições da lavoura.
A utilização de herbicidas deve ser feita de maneira criteriosa, considerando a rotação de princípios ativos, a escolha de produtos seletivos à cultura principal e o emprego de pré-emergentes.
Essas práticas favorecem a manutenção da biodiversidade e de espécies na área cultivada, contribuindo para a criação de um ambiente menos propício ao desenvolvimento das plantas daninhas resistentes.
O manejo eficiente das plantas daninhas é crucial para garantir níveis elevados de produtividade e rentabilidade. A Corteva oferece soluções inovadoras para enfrentar desafios específicos, como o capim-pé-de-galinha.
Ao integrar práticas de controle, os produtores podem assegurar uma safra livre de interferências prejudiciais.
Referências
EMBRAPA. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), Panorama fitossanitário – Cultura do Milho. Disponível em: <http://panorama.cnpms.embrapa.br/plantas-daninhas/identificacao/folhas-estreitas/capim-pe-de-galinha-eleusine-indica>.
MEROTTO JUNIOR, A. et al. Aumento da população de plantas e uso de herbicidas no controle de plantas daninhas em milho. Planta Daninha, v. 15, n. 2, 1997. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pd/a/KQ35NkwqXPYCDHXcHqjsyzK/?format=pdf&lang=pt>.
FONTES, J. R. A. et al. Manejo integrado de plantas daninhas. Embrapa Cerrados, 2003. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/567569/manejo-integrado-de-plantas-daninhas>